Como criar um kit financeiro de primeiros socorros para se proteger de imprevistos

A pandemia provocada pelo novo coronavírus veio mostrar que imprevistos podem acontecer a qualquer momento. E neste cenário é importante ter um bom planejamento para ter uma reserva de emergência. Nesse processo, sugiro um kit de primeiros socorros, que deve incluir um valor financeiro, um plano de saúde e um seguro de vida.

Um detalhe importante: a reserva de emergência precisa estar em alguma aplicação que tenha liquidez imediata, portanto deve ser direcionada a uma aplicação mais conversadora, como a atrelada ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia para títulos federais) ou poupança, mas nunca em aplicações de longo prazo, como previdência e ações que não têm essa liquidez instantânea.

O segundo pilar financeiro essencial que deve compor o kit de primeiros socorros é o plano de saúde, servindo para custear um cenário mais grave, como internações, tratamentos que exigem a pessoa estar em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou mesmo tratamento doença grave.

O terceiro pilar para completar o kit é o seguro de vida, que passou por uma evolução nos últimos anos e não é mais um seguro de morte, ou seja, não precisa morrer para o benefício valer. Hoje, o seguro é em vida e abrange diversas coberturas, como doenças e invalidez, e pode custear, no mínimo, 30% das despesas, tornando o segurado livre de dívidas e da dependência financeira da família.

No Brasil, este tipo de seguro ainda não era tão explorado, como nos Estados Unidos e no Japão, por conta de eventos, como tsunami e terremoto. No entanto, a pandemia veio para mudar esse conceito do brasileiro porque inclui vários benefícios hospitalares.

Inclusive, estudos apontam que quando a pessoa está mais tranquila financeiramente ela melhora mais rápido: o dinheiro não traz felicidade, mas reduz o sofrimento, com mais conforto e chances de sobrevivência. Por exemplo, se o paciente quiser ser atendido pelo seu médico, a chance de sobrevivência é maior.

Portanto, o mercado oferece diversas opções para você não passar aperto financeiro em caso de imprevisto, como ocorreu com a pandemia. Investindo nos três pilares financeiros – reserva de emergência, plano de saúde e seguro de vida – sua proteção será completa.

*Patrícia Araújo é consultora financeira e especialista em despesas pessoais e gestão de risco.