Brasil em Foco: embalados na onda do Plástico – 4º maior produtor de lixo do mundo

Novo Estudo Propõe uma Revolução no Reúso de Embalagens para Enfrentar a Crise do Plástico

Embora a luta contra a poluição por plásticos e o desperdício seja uma batalha global, um novo estudo da Fundação Ellen MacArthur destaca que a revolução no reúso de embalagens pode ser a chave para reduzir significativamente os impactos ambientais e econômicos associados ao plástico. O relatório, intitulado “Desbloqueando uma Revolução no Reúso”, revela os benefícios potenciais do reúso de embalagens e destaca a necessidade de uma abordagem colaborativa em larga escala.

Benefícios Ambientais e Econômicos

O estudo destaca que embalagens retornáveis, quando projetadas em colaboração com toda a indústria e operadas em grande escala, podem oferecer benefícios ambientais significativos. A pesquisa foi conduzida em parceria com mais de 60 organizações líderes, incluindo o Banco Europeu de Investimento, WWF, Greenpeace, PNUMA, governos nacionais e grandes marcas como Amazon, L’Oreal, Danone, PepsiCo e Unilever.

A análise mostra que, embora o aumento do conteúdo reciclado em embalagens descartáveis e retornáveis ajude a reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE), o uso de embalagens retornáveis se destaca, superando significativamente a redução dessas emissões. Isso sugere que a adoção generalizada de embalagens reutilizáveis poderia resultar em uma queda de cerca de 20% na quantidade total de plástico despejado nos oceanos até 2040.

Potencial Social na América Latina

O estudo destaca oportunidades sociais associadas ao reúso de embalagens, especialmente na América Latina. Modelos de reúso podem tornar produtos mais acessíveis à população de baixa renda, reduzindo preços por meio de porções menores ou oferecendo descontos no retorno das embalagens. Além disso, há uma oportunidade significativa de geração de empregos na logística desses sistemas, aproveitando a expertise de catadores de materiais recicláveis.

Luisa Santiago, diretora executiva da Fundação Ellen MacArthur na América Latina, destaca: “Investir em reúso é, portanto, um caminho para gerar acessibilidade e estimular empregos de melhor qualidade e renda.”

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Apelo à Mudança Global

Para impulsionar a mudança global, a Fundação apela aos líderes dos setores privado, público e financeiro para adotarem uma abordagem inovadora na expansão de uma revolução no reúso. Isso inclui a promoção de infraestrutura compartilhada, padronização de embalagens e colaboração para alcançar altas taxas de retorno.

Sander Defruyt, Líder da Iniciativa de Plásticos na Fundação Ellen MacArthur, ressalta: “É hora de uma revolução no reúso. Aumentar a reutilização será uma transição significativa e não acontecerá da noite para o dia. Nenhuma organização sozinha pode impulsionar a mudança necessária; será necessário um esforço colaborativo de empresas, formuladores de políticas e instituições financeiras.”

Papel das Políticas Públicas

O estudo identifica o papel crucial das políticas públicas no aumento do reúso. O desenvolvimento contínuo do Regulamento Europeu sobre Embalagens e Resíduos de Embalagens e as negociações para um Tratado Global contra a Poluição por Plásticos são oportunidades-chave para estabelecer políticas ambiciosas de reutilização, incluindo metas setoriais com prazos definidos.

Recentes descobertas sugerem que, sem uma mudança significativa para o reuso, é improvável que o uso mundial de plástico virgem em embalagens diminua antes de 2050. O estudo destaca a necessidade de escalonar a reutilização como um dos principais obstáculos a superar para reverter a maré do desperdício e da poluição por plásticos.

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