Afastando investidores
Caro leitor, desta vez darei um descanso ao mundo político macroeconômico, e também ao corporativo. Volto a minha atenção ao tomador de clássico tomador de risco, a saber, o empreendedor – este incompreendido.
Então, caso seja você este ser desprovido de compreensão por conta de mais de trinta anos da predominância do pensamento de centro – esquerda/ esquerda – esquerda que impera no nosso Brasil varonil (veja, a ideia não era essa, mas não consigo evitar as conexões políticas, quando me dei conta escrevi) e que se encontra desprovido de capital próprio para tocar a sua ideia e necessita do capital de terceiros, seja ele originado em um venture capital ou em um conjunto de investidores anjo, um Plano de Negócios será peça fundamental para o êxito da captação.
Neste contexto é redundante explorar sobre o quanto de efetividade e clareza devem estar expressos no documento que será elaborado, e é óbvio que ninguém deseja projetar o seu negócio a partir de um Plano de Negócio ineficaz e sem sentido, mas por mais elementar que isso possa parecer, algumas armadilhas no momento de sua concepção, podem resultar justamente no efeito contrário ao desejado.
Então, já que existem inúmeras publicações que abordam como concebê-los, mas quase nenhuma ou pouquíssimas deixam claro o que não se deve fazer na hora de montar o seu business plan, decidimos caminhar na contramão e exibir justamente o que deve ser evitado a todo custo.
Vamos lá:
1. Ocupe um imenso espaço do conteúdo com informações subjetivas, retóricas e de entendimento abstrato do negócio;
2. Não apresente uma tese clara de investimentos, explicitando objetivos e destinos claros, e nem se preocupe em detalhar o empenho deste capital pretendido;
3. Preocupe-se em conceber um material extenso, com muitas e muitas folhas de papel, sem nem mesmo reservar um breve espaço a um resumo conciso e executivo do negócio. Sim analistas dispõe de todo o tempo do mundo para avaliar uma incógnita;
4. Não esclareça com bom detalhamento as memórias de cálculo;
5. Não apresente um claro estudo de viabilidade econômico-financeiro;
6. Projete apenas por um único ano, no lugar de 5, 6 ou mais anos;
7. Não se preocupe em abordar sobre as possíveis estratégias de saída de um potencial investidor;
8. Não apresente as taxas internas de retorno;
9. Não posicione o negócio no contexto que envolva concorrentes, mercados e segmentações;
10. Conceba uma modelagem financeira engessada que não permita a formatação de novos e adversos cenários;
11. Dedique um bom espaço para a retórica politicamente correta nas empresas. Investidores adoram isso.
12 Carregue no otimismo com as informações que apresentar. Neste caso não se importe em expor fundamentações.
Boa sorte e até o próximo.
Por: Gustavo Chierighini, fundador da Plataforma Brasil Editorial
Plataforma Brasil, uma butique especializada em projetos de investimentos e estruturações estratégicas.