Trabalhando na Queda, WeWork afeta investidores da Flls
WeWork Inadimplente: Impactos e Medidas para Empreendedores e Investidores
A WeWork, uma das maiores companhias globais de coworking, entrou para a lista de inadimplentes de cinco Fundos Imobiliários (FIIs) em junho. O não pagamento de aluguéis de vários imóveis em São Paulo afetou diretamente os rendimentos de cerca de 231 mil cotistas desses fundos.
Impactos nos Fundos Imobiliários
Nos últimos meses, comunicados ao mercado emitidos por FIIs como Santander Renda de Aluguéis (SARE11), Vinci Offices (VINO11), Torre Norte (TRNT11), Valora Renda Imobiliária (VGRI11) e Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11) confirmaram a inadimplência da WeWork em relação ao aluguel referente ao mês de maio, a ser pago em junho.
Em particular, o imóvel locado da Vinci Partners, localizado na Rua Oscar Freire em São Paulo, possui 3.504 metros quadrados e representa 5% das receitas totais do fundo.
Medidas Adotadas pelos Gestores
Os gestores dos fundos afetados estão tomando providências para mitigar os impactos da inadimplência. A gestão do Vinci Offices anunciou que está em contato com advogados para “tomar as ações cabíveis em prol do fundo e seus cotistas” e já enviou uma notificação formal de cobrança à WeWork.
No caso do fundo Santander Renda de Aluguéis (SARE11), a gestão indicou que o impacto negativo na distribuição de rendimentos aos cotistas será de R$ 0,05 por cota, caso a WeWork permaneça inadimplente. O Santander também está empenhando “os melhores esforços de cobrança” para resolver a situação.
O FII Torre Norte (TRNT11) informou sobre a inadimplência de dois locatários: WeWork e Infracommerce, impactando os proventos por cota em R$ 0,15. No entanto, a Infracommerce regularizou sua dívida poucos dias após o anúncio, enquanto a WeWork ainda não resolveu sua situação.
Contexto Internacional e Regional da WeWork
Em 2023, a WeWork entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, assinando um acordo com credores para reestruturar suas dívidas, que somavam US$ 19 bilhões. Em maio de 2024, a empresa conseguiu negociar uma redução de mais de US$ 8 bilhões em compromissos de aluguel.
Apesar da recuperação judicial, a unidade brasileira da WeWork opera de forma independente. Em 2021, a WeWork Inc. formou uma joint venture com o SoftBank Latin America Fund, criando a WeWork LATAM para suas operações na América Latina. A CEO da WeWork LATAM garantiu que as operações na região não seriam afetadas pela recuperação judicial da matriz global.
Considerações para Empreendedores e Investidores
Para empreendedores e investidores, a situação da WeWork destaca a importância de monitorar a saúde financeira de empresas que atuam como grandes locatárias em fundos imobiliários. A inadimplência de uma empresa de grande porte pode impactar significativamente os rendimentos de cotistas e a viabilidade financeira de FIIs.
Além disso, a resposta rápida dos gestores dos fundos afetados, incluindo a busca de ações legais e negociações para recuperação de créditos, é um exemplo crucial de gerenciamento de crises e proteção dos interesses dos investidores. A independência das operações regionais da WeWork LATAM em relação à matriz global também ressalta a importância de compreender a estrutura corporativa e os riscos associados a investimentos internacionais.
A inadimplência da WeWork serve como um alerta para investidores e empreendedores sobre a importância de uma análise detalhada de risco e da necessidade de estratégias de mitigação eficazes. Ações rápidas e informadas são essenciais para proteger investimentos e garantir a estabilidade financeira no mercado imobiliário.
Texto baseado: https://bpmoney.com.br/mercado/fundos/wework-da-calote-em-alugueis-em-sp-e-afeta-investidores-de-fiis/