A empresa como uma rede de negócios

por Paulo Ancona*

Empresas no formato e modelo tradicional, cheias de caixinhas, títulos, donos de áreas, disputas de poder, procedimentos formais demais, burocrática ou que tenham a cultura de olhar só para dentro, já morreram! Só não sabem disso ainda.
O mundo atual se move de outra forma, veloz, ágil, mutante, com clientes trocando de marcas, produtos e serviços, buscando novas experiências e facilidades ao toque de um dedo nos aplicativos de seus smartphones. A tecnologia chegou a um ponto inimaginável há poucos anos atrás e com ela todos os velhos paradigmas foram quebrados.

As exigências aumentam a cada dia e os clientes não esperam e não dão uma segunda chance. Querem ser seduzidos por soluções novas a cada dia e a cada dia, uma pequena empresa que não existia quando nós já éramos formados e que foi criada há poucos meses por dois ou três garotos, oferece algo que nunca havia sido pensado antes.

Aquela empresa acima, dita tradicional, que chance tem de alguma sobrevida em médio prazo nesse cenário? Tende a zero!
Não é plausível imaginar que todas as empresas liderem em inovação, mas é absolutamente necessário que se adaptem as exigências atuais do mercado e para isso suas estruturas rígidas devem ser implodidas e trocadas por grupos de trabalho, gestores de processos, equipes integradas, como se fossem pequenas empresas autônomas com o objetivo de captar, resolver, promover, melhorar e atender a tudo que possa vir dos
clientes e na velocidade da expectativa deles.

Uma empresa moderna precisa ser formada por uma “rede de miniempresas”, com foco no negócio, interligadas que cuidem dos produtos, das estratégias de comunicação, dos clientes e suas demandas e principalmente do aproveitamento dessas demandas como oportunidades de melhorias e da constante implantação de melhorias e mudanças.

O fato é que a rotina das empresas deve se transformar em algo sem rotina e em ações que visem transformá-la a cada dia, através de uma cultura aberta, inovadora e com equipes formadas por pessoas multidisciplinares, de perfis variados e que tenham o apetite de empreendedores para fazer com que cada uma dessas “miniempresa” produza resultados e se oxigene com as demandas do mercado.

O fluxo se inverteu. Não se trata mais de decidir internamente e oferecer o que achamos interessante ou o que podemos e sim de entender as necessidades dos consumidores e se possível se antecipar a elas ou criar novas necessidades a eles. 

O novo modelo de gestão deve estar suportado por uma nova estrutura formada por essa “rede” de equipes. As respostas a serem dadas não podem ser padronizadas, robotizadas e burocráticas, mas sim como se de cada uma delas dependesse o resultado final da empresa.

Os problemas e dificuldades não podem ser tratados como coisas desagradáveis e que aborrecem, mas sim como reais oportunidades de melhorias e a possibilidade de novos negócios.
O cenário atual é de ruptura de padrões, da cultura da inovação, da sustentabilidade, da economia compartilhada e consequentemente lugar para empresas que consigam acompanhar essa dinâmica, absolutamente nova e que, sem dúvida, se choca com o tradicional e que foi modelo
durante dezenas de anos.

Como as empresa no fundo são o retrato das pessoas que as compõe, esse é o caminho: atuar com pessoas que ousem, que compartilhem, que tenham “espírito de start up” e isso começa pela sua diretoria.
Mãos a obra porque o tempo gira cada vez mais rápido!