Setor de franquias ganha ritmo e cresce 18,7% no 3º trimestre
- Faturamento acumulado em doze meses cresceu 12% (superando os R$ 200 bilhões) e de janeiro a setembro, 15%.
- Segmentos de Hotelaria e Turismo (53,8%), Alimentação – Food Service (31,0%), Saúde, Beleza e Bem-Estar (27,8%), Educação (22,9%), e Entretenimento e Lazer (17,3%) foramos que mais cresceram
- Distribuição do faturamento e das unidades por Região reforça descentralização do setor
Demonstrando sua maturidade e que está ganhando ritmo com o arrefecimento da Covid-19, o setor de franquias brasileiro registrou crescimento de 18,7% no terceiro trimestre deste ano comparado a igual período de 2021. É o que indica a Pesquisa Trimestral de Desempenho realizada pela ABF – Associação Brasileira de Franchising. De acordo com o estudo, feito em parceria com a BR Insights, o faturamento do setor saltou de R$ 47,385 bilhões para R$ 56,256 bilhões no período. Na comparação entre os mesmos meses de 2020, a variação positiva foi ainda maior, de28%. Em relação ao terceiro trimestre de 2019 (pré-pandemia), a receita do franchising também cresceu, superando em 19,2% o montante do período.
Fatores como a reabertura total do comércio combinada com a demanda reprimida dos consumidores em alguns mercados; o ganho de eficiência das redes, cada vez mais digitalizadas e com estratégias omnichannel, além da melhora de indicadores macroeconômicos, como a desaceleração da inflação, o avanço do varejo de formageral e a prévia do PIB nos meses de julho, agosto e setembro, que, segundo o Banco Central (BC), indica uma alta de 1,36%, contribuíram para este resultado.
FATURAMENTO 3º TRIMESTRE 2022
Ao ser observada a receita acumulada nos últimos 12 meses e doinício do ano até o trimestre pesquisado (Year To Date – YTD), o estudo da ABF revela que o mercado de franquias apresentou um crescimento de 12% e 15%, respectivamente. O índice confirmou a projeção feita pela entidade, de que a receita de 2022 deverá superar a casa dos R$ 200 bilhões. O salto foi de R$ 182,381 bilhões no quarto trimestre do ano passado para R$ 204,351 bilhões no terceiro trimestre deste ano.
“A retomada da atividade econômica com o retorno mais consistente dos consumidores às compras foi essencial nesse terceiro trimestre e é muito salutar que o setor de franquias tenha registrado um ganho real ao observarmos a inflação. Contudo, o franchising se valeu muito nesse período dos seus pilares, baseados em marcas fortes, de referência para os consumidores e nas quais eles depositam sua confiança; nos ganhos de eficiência, de escala, nas negociações com fornecedores, por exemplo. Constatamos que o setor de franquias aprendeu muito na pandemia e estamos vendo os resultados de modo mais evidente agora”, observa André Friedheim, presidente daABF.
Com relação à variação positiva na receita acumulada e do início do ano até setembro (Year To Date), na visão do presidente da ABF, “os índices acumulados de faturamento em doze meses e Year To Date evidenciam a trajetória positiva do setor, mantendo a tendência verificada nos dois primeiros trimestres, e a nossa expectativa é que o franchising siga mantendo esse bom desempenho nos três últimos meses do ano, ainda mais com as datas fortes da Black Friday, Natal e a própria Copa do Mundo”.
Em referência à abertura de operações, de acordo com o levantamento o índice ficou em 5,6% de julho a setembro. O fechamento registrado nestes meses foi de 1,8%, com saldo positivo de 3,8%. Já o repasse de unidades se manteve estável, com 1,0%.
Desempenho por segmento
A exemplo do terceiro trimestre de 2021, o segmento de Hotelaria e Turismo apresentou o maior crescimento nestes mesmos meses de 2022, com um crescimento de 53,8% em receita frente ao terceiro trimestre do ano passado. O segmento foi beneficiado especialmente pela forte retomada das viagens e dos grandes eventos presenciais em relação ao mesmo período do ano anterior, cujo cenário ainda sofria grandes reflexos das políticas de isolamento.
Alimentação – Food Service registrou o segundo melhor desempenho, tendo uma alta de 31,0% no período. Fatores como o reaquecimento do setor de serviços, exemplificado pela busca das pessoas por alimentação fora do lar, e a manutenção da demanda pelo delivery contribuíram para esse crescimento.
Em terceiro lugar, Saúde,Beleza e Bem-Estar, cuja receita cresceu 27,8% no intervalo pesquisado, manteve bom resultado. O segmento continuou sendo favorecido pela considerável demanda por seus serviços e produtos.
A seguir se destacou o segmento de Educação, com o quarto melhor desempenho, com um crescimento de 22,9%. Um dos mais tradicionais e consolidados do setor de franquias, Educação retomou um movimento de alta graças à melhora do cenário econômico e ao arrefecimento da pandemia, externamente, e internamente, a fatores como a intensa digitalização das redes e seus ganhos de eficiência e o período de matrículas para o segundo semestre (julho e agosto).
Em quinto lugar ficou Entretenimento e Lazer, com alta de 17,3%, beneficiado principalmente pela retomada das suas atividades com o fim das medidas de isolamento social.
FATURAMENTO POR SEGMENTO 3º TRIMESTRE DE 2022
“Com exceção de Serviços Automotivos, todos os segmentos apresentaram desempenho positivo, tanto os segmentos com histórico mais afetado e ainda em recuperação, como Hotelaria e Turismo, quanto aqueles com histórico positivo, que mantiveram uma trajetória positiva mesmo que em grau menor. Cabe ressaltar também que, de forma geral, as marcas continuaram a buscar maximizar as vantagens do trabalho em rede, a sinergia com os franqueados, a gestão eficiente, entre outros fatores, isso aliado ao cenário econômico mais positivo”, declara o presidente da ABF.
Distribuição de faturamento e unidades por regiões
A pesquisa trimestral da ABF reafirmou o movimento de descentralização do setor de franquias no que diz respeito à distribuição do faturamento e das unidades por regiões entre 2021 e 2022. Essa constatação corrobora com os dados do ranking ABF das 30 Maiores Cidades em variação por unidades no primeiro semestre de 2022. Divulgado recentemente, o estudo apontou que as franquias estão expandindo mais em capitais fora do eixo Rio-São Paulo e no interior. Manaus (AM) lidera o ranking de forma inédita, com a maior variação (35,1%). Cuiabá (MT), com variação positiva de 31,7%, e Belo Horizonte (MG), com 30,9%, vêm em segundo e terceiro lugares, respectivamente. Entre as Top 10, três não são capitais: São José do Rio Preto, Santo André e Jundiaí (SP).
Para o presidente da ABF, “além de fatores locais, essa expansão se deve ao movimento de recuperação do franchising após dois anos de pandemia; das redes aproveitando os espaços vagos e melhores condições de negociação; àquelas que estavam melhor estruturadas e que conseguiram se adequar mais rapidamente ao novo cenário, retomando também de forma mais ágil seus planos de expansão”.
Mesmo que ainda predominante, o Sudeste registrou uma pequena queda no volume de faturamento, passando de 55,94% para 53,56%, e de unidades, de 54,09% para 52,21%.
A Região Sul vem a seguir, com uma leve alta no faturamento, de 17,24% para 17,36%, e de 17,55% para 17,90% em número de operações.
Em terceiro lugar está a Região Nordeste, cuja receita no período cresceu de 14,03% para 15,82%, e as unidades passaram de 14,60% para 15,02%.