EMBALAGENS RECICLÁVEIS PARA DIMINUIR A SOBRECARGA SOFRIDA PELO PLANETA

O sábado, 22 de agosto, marcou o Dia da Sobrecarga da Terra 2020 (Earth Overshoot Day), uma data instituída pelo Global Footprint Network, para marcar o momento em que a demanda esgota os recursos naturais que o planeta é capaz de renovar em um ano. Com isso, de acordo com a medição feita pelo GFN desde 1961, seria necessário 1,6 planeta Terra para suprir o ritmo de consumo estabelecido pela humanidade até o fim do ano.  

Com a data, o GFN buscou conscientizar as pessoas sobre formas de diminuir a “pegada ecológica” da humanidade, por meio de hábitos de consumo que reduzam a emissão de gases de efeito estufa e o uso de recursos naturais, que vão desde o tipo de moradia até a agricultura, passando pelo uso de fontes renováveis de energia. 

A influência do tipo de embalagem e a sua “reciclabilidade” 

Nesse contexto, a escolha da embalagem por parte do consumidor, com o descarte adequado, pode ajudar a fazer a diferença. A reciclagem é o ponto mais visível, pois diminui o uso de recursos naturais e permite o retorno de novos produtos de valor agregado à sociedade.  Contudo, a escolha da embalagem correta também contribui  para a conservação dos alimentos – que evita o desperdício de produtos agrícolas, até a chegada à mesa do consumidor – e na eficiência do transporte: materiais mais leves, como o PET, permitem carregar maior quantidade de produtos em uma mesma viagem, diminuindo o consumo de combustível e, consequentemente, a emissão de gases de efeito estufa.  

A embalagem PET e a sustentabilidade 

Apesar das dificuldades estruturais relacionadas à falta de sistemas públicos robustos de coleta seletiva e separação dos resíduos sólidos urbanos, o PET é um dos tipos de embalagem com os maiores índices de reciclagem no País. Em 2019, de acordo com os dados do Censo da Reciclagem do PET no Brasil, realizado pela Associação Brasileira da Indústria do PET (ABIPET), 311 mil toneladas do material receberam a destinação adequada. Esse volume corresponde a 55% do total descartado pela população. Com um trabalho de mais de 20 anos no desenvolvimento de novas aplicações para o material – e investimentos de mais de US$ 100 milhões realizados pelo setor da reciclagem nos últimos anos – o PET reciclado abastece uma indústria diversificada. 

Os principais consumidores/aplicadores são os fabricantes de pré-formas e garrafas, com 23% do total, num processo conhecido como “bottle to bottle”, principalmente em decorrência do aumento da produção de embalagens em grau alimentício (food grade), que nos últimos anos mostrou uma grande evolução tecnológica. Em seguida vêm a indústria têxtil (22%), laminados e termoformados (bandejinhas) (17%), setor químico (15%) e fitas de arquear (10%).

Outras aplicações respondem pelo uso dos 10% restantes do PET reciclado. Em razão dessa diversidade, o PET reciclado é encontrado em peças de vestuário – basicamente o poliéster utilizado na composição dos tecidos –, garrafas plásticas e embalagens utilizadas por grandes fabricantes de refrigerantes e bebidas, produtos de beleza e limpeza, tintas e vernizes, tapetes e carpetes automotivos, entre outros.