Stone anuncia acordo para fusão com a Linx em operação de R$ 6 bilhões
Ações de ambas as companhias dispararam antes do anúncio oficial
A Stone confirmou que chegou a um acordo para adquirir a empresa brasileira de software de gestão para o varejo Linx.
A transação foi fechada por R$ 6,045 bilhões e envolve 90% em dinheiro e 10% em ações. A Stone vai emitir US$ 1 bilhão em novas ações para financiar a compra.
Em comunicado, a Stone disse que está pagando R$ 33,7625 por cada ação da Linx. Esse valor, segundo a empresa, representa um prêmio de 41,6% sobre o preço médio dos últimos 60 dias e 28,3% em relação aos últimos 30 dias em relação ao valor de fechamento de 7 de agosto
Uma nova frente de negócio será criada a partir da integração da Linx ao atual portfólio de investimentos em software da Stone, que somente ocorrerá após as aprovações regulatórias.
A transação está condicionada à aprovação pelos acionistas das duas companhias e pelos órgãos regulatórios competentes, como SEC e Cade.
“Esse negócio é fundamental para a Stone surfar o PIX“, diz uma fonte que acompanha de perto esse mercado. “O jogo não é mais de quem tem a maquininha, mas sim de quem tem o PDV.”
A Linx chegou anunciar uma joint venture com a Cielo em 2014, que teria como foco “o desenvolvimento e comercialização de uma solução única e integrada, que embarca automação comercial, software de gestão e plataforma de pagamentos eletrônicos, para os pequenos varejistas brasileiros.” Mas o negócio, na época, não avançou.
Para aconselhar as definições estratégicas e ajudar na construção dessa futura nova fase das duas companhias, será formado um conselho consultivo liderado por Alberto Menache, atual CEO da Linx.
Essa não é a primeira investida da Stone na área de sistemas de gestão. A companhia já desenvolveu um software de gestão para bares, restaurantes e para comerciantes de pequeno e médio porte.
Além disso, a Stone tem feito uma série de movimentos para ganhar espaço em outras áreas. Em maio deste ano, a empresa comprou a startup Vitta, plataforma de saúde que faz agendamento de consultas e atendimentos a distância.
Na ocasião, a empresa também adquiriu 50% da participação da MLabs, empresa de marketing e redes sociais, e investiu na Delivery Much e na MVarandas.
A Linx também diversificou sua atuação, criando a área batizada de Linx Pay, que a colocou como uma outsider na guerra das maquininhas.
Além disso, a empresa fez uma série de acordos com grandes varejistas e marketplaces, como B2W, dona das marcas Submarino e Americanas.com, Mercado Livre e Magazine Luiza, para integrar os lojistas dessas plataformas ao seu software gestão.
Em 2019, foram transacionados R$ 300 bilhões através dos sistemas da Linx. Ela contava com mais de 50 mil clientes, em diversos segmentos da economia, de farmácias a postos de gasolinas, passando por restaurantes e operações de comércio eletrônico.
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