Em qual ‘fase’ da crise você está?
A Revista Franquia & Global Opportunities detectou, junto a alguns especialistas e empresários, que ficaram evidentes três ‘fases’ bem claras no enfrentamento da crise COVID19. Determinar em qual dessas fases sua empresa está, pode facilitar ações e estratégias de sobrevivência saudável
O primeiro período da crise provocada pelo COVID19 foi classificado de ‘o desespero’. Essa foi a leitura feita por especialistas e empresários. “Estamos sem saber o fazer. Tivemos que zerar o cronômetro e começar tudo de novo. Não temos protocolos e nem histórico sobre como agir nesse momento”, esse era o discurso inicial da grande maioria das redes de franquia e do varejo em geral.
O mercado não espera e aqueles que são menos alarmistas e mais assertivos, como empreendedores e brasileiros, acostumados com ‘tempestades’, passaram muito rápido para a fase classificada como ‘a realidade’: fizeram um levantamento detalhado e rápido da situação da empresa, da rede, das unidades, da comunicação e das finanças. Esse retrato ‘nu e cru’, real e sem filtro, é fundamental para a tomada de decisões e deve ser feito com a maior rapidez possível.
Segundo Paulo Ancona, da Ancona Inteligência Estratégica, a urgência é fundamental. “As redes tem de ser rápidas nas ações. E, estas ações não podem ser isoladas. Devem passar por uma análise detalhada desde controles financeiros efetivos, objetivos, táticas, processos, estrutura de pessoas até comunicação, tudo tem de estar alinhado em novas estratégias e ao novo momento do mercado.”
Ele alerta que, “mesmo em ‘crise’ isso pode ser positivo e trazer oportunidades e um reposicionamento da marca perante a um outro cenário.”
Para o consultor, que já atua no mercado há mais de 25 anos, a primeira etapa para implantar as ações necessárias foi a identificação do problema, que vai ser um retrato financeiro em todos os níveis. Refazer custeio e precificação, já que custos fixos e variáveis vão mudar, com negociações desde no custo de ocupação até entre fornecedores e canais de venda. Decidir sobre a curva ABC e o mix de produtos que vão sobreviver.
A segunda etapa é definida por as ações a serem tomadas a curto e médio prazo para buscar emergencialmente a preservação do fluxo de caixa. Será fruto das negociações rápidas e da tomada de decisão sobre prorrogações e a necessidade de injeção de capital, eventualmente. Analisar os processos atuais, desenvolver novas parcerias e fornecedores alternativos com contratos mais interessantes. A definição das estratégias para o novo mix de produtos em relação ao perfil desse novo cliente que está habitando o mercado nesse momento do isolamento.
E, se essa jornada das definições imediatas, e de médio prazo, já foi cumprida. Finalmente, a terceira etapa joga um olhar para o futuro.
Conforme o especialista, quando a crise passar, as redes e empreendedores já devem estar preparados para as estratégias voltadas ao novo mercado. Mas a dificuldade está justamente em analisar quem estará lá e como ele será.
Conforme o especialista, quem tiver essa análise prévia, vai se destacar.
“Entendo que pesquisas junto a clientes podem definir novos hábitos e novas exigências. Analisar o reposicionamento da concorrência, a manutenção de seu reposicionamento e depurar quem sobrou de cliente para qual tipo de produto. É por essa análise que podemos chegar a oportunidades. No alinhamento das novas estratégias comerciais que respondam a essa nova realidade.
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