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PACTO GLOBAL DA ONU

Rede Brasil divulga inventário de 55 mil itens encontrados em praias, rios e manguezais do Brasil

O Blue Keepers, projeto do Pacto Global, mapeou o lixo encontrado em ambientes aquáticos de diferentes cidades do Brasil. O problema da poluição do oceano vai muito além dos canudinhos: hastes flexíveis (os conhecidos “cotonetes”), pinos plásticos, e fragmentos de isopor de delivery ou de compras online estão entre os dez itens mais encontrados, segundo o projeto Blue Keepers, do Pacto Global da ONU – Rede Brasil. Desde 2022, foram coletados, contados e classificados 55 mil itens sob uma metodologia de coleta amostral de resíduos desenvolvida em parceria com a Cátedra UNESCO para a Sustentabilidade do Oceano, incorporando elementos do PNUMA e da National Oceanic and Atmospheric Administration dos EUA.

“Em um esforço conjunto inédito entre setor privado, sociedade civil organizada e o poder público das cidades amostradas, o Blue Keepers foi capaz de desenvolver um repositório rico de dados que dará mais assertividade ao combate à poluição marinha por resíduos de fontes terrestres”, declara Carlo Pereira, CEO do Pacto Global. “Três grandes empresas, quatro universidades, quatorze organizações da sociedade civil e onze prefeituras lado a lado, olhando na mesma direção de um futuro colaborativo no contexto da Agenda 2030, trabalhando ODS como o 6, 11, 12, 14 e 17”, complementa.

As 55 coletas amostrais totais foram realizadas em várias localidades, incluindo Manaus (AM); Caucaia, São Gonçalo do Amarante e Fortaleza (CE); Recife (PE); Salvador (BA); Brasília (DF); Serra (ES); Arraial do Cabo, Armação de Búzios, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Rio de Janeiro (RJ); Santos e Itanhaém (SP). Esses locais já haviam sido identificados no Diagnóstico das fontes de escape de resíduos para o ambiente e no Webmapa com mais de 600 portas de entrada de resíduos para o oceano, ambos publicados pelo Blue Keepers.

Os 10 itens mais encontrados no inventário do Blue Keepers até outubro de 2023 nos ambientes aquáticos do Brasil são:

  1. Fragmentos de plástico em geral (7.991 itens)
  2. Cigarros, filtros e bitucas (6.263)
  3. Fragmentos de isopor – granulado (2.856)
  4. Tampas de garrafa de bebidas – plástico (2.843)
  5. Embalagens de delivery (isopor liso) – fragmento (2.482)
  6. Pinos plásticos/Eppendorfe (cápsula para drogas) (2.030)
  7. Haste flexível/cotonete (1.585)
  8. Tampinhas de garrafa – metal (1.481)
  9. Canudo (1.445)
  10. Tampas em geral – plástico (1.205)

Observando o ranking dos artigos mais encontrados, nota-se que os fragmentos de plásticos representam mais de 15% da amostra, indicando que esse material já se encontra em estágio avançado de decomposição em ambientes aquáticos. Segundo especialistas do Instituto de Biociência da USP, “quanto menores os fragmentos de plástico, maior o dano ambiental”, prejudicando a fauna e a saúde humana. De acordo com um relatório de 2021 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o plástico soma 85% do lixo encontrado nos oceanos.

FRANQUEADORAS PODEM ADERIR

Como uma iniciativa especial do Secretário-Geral da ONU, o Pacto Global das Nações Unidas convoca empresas do mundo todo a alinharem suas operações e estratégias a dez princípios universais nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção. O Brasil é a segunda maior rede local do mundo, com mais de 2 mil participantes. Os mais de 50 projetos conduzidos no país abrangem temas como Água e Saneamento, Alimentos e Agricultura, Energia e Clima, Direitos Humanos e Trabalho, Anticorrupção, Engajamento e Comunicação. São mais de 21 mil participantes distribuídos em 65 redes locais, reunindo 18 mil empresas e 3.800 organizações não-empresariais baseadas em 101 países, tornando-se a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com abrangência e engajamento em 162 países.

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Confira a matéria completa na edição 108 da Revista Franquia.