Conheça o DNA de uma negociação confiável
Meus caros, ao longo da trajetória, somos obrigados por conta do ofício, a estabelecer e conduzir processos de negociação com um universo de contatos, para as mais diversas finalidades.
Não se iluda, você sempre estará negociando com alguém
Muitas destas interlocuções são mais simples e facilmente administráveis. É fato.
Mas em outros casos, navegamos muitas vezes em um oceano de complexidades e complicações naturais à atividade empreendedora.
O seu tempo é escasso. Então, não jogue conversa fora com quem não merece ser levado a sério.
Nestes casos, uma eficiente condução negocial depende não apenas de nossas competências, mas da habilidade, da solidez e da clareza de propósitos da outra parte.
Sendo assim, administrar e dosar o nosso empenho, configura-se como o cuidado fundamental para evitar o desperdício de tempo e energia, sempre tão escassos e caros.
Para que isso ocorra de forma eficiente, nos permitindo avaliar em qual conversa, negociação ou transação nos aplicaremos em profundidade, devemos avaliar com critério – antes que seja tarde demais – o nosso próprio interlocutor (a outra parte).
Você sabe identificar quando está perdendo tempo nas suas negociações?
Compreendendo que a perda de tempo, ou de eficiência, pode ser fruto tanto do perfil do seu interlocutor, como de suas eventuais deficiências, preparamos um breve plano de voo.
Negociações confiáveis e produtivas não ocorrem por acaso.
Nele destacamos alguns posicionamentos para identificar egarantir uma transação ou negociação confiável e produtiva.
Vamos lá:
Identificando uma conversa séria e potencialmente produtiva
1. Os objetivos.
Em conversas sérias, o objetivos estão postos de forma clara, colocados com franqueza, de forma simples e direta;
2. As condições.
As condições são propostas de forma específica, consistente e equilibrada;
3. Transparência.
Há sempre uma boa dose de transparência.
É óbvio que dificilmente será absoluta, mas em interlocuções que merecem o nosso dispêndio de tempo e energia, uma boa dose de abertura estará presente;
4. Receios e incômodos.
Os receios e incômodos são expostos de forma direta, sem rodeios;
5. Shows retóricos.
Em conversas sérias, não se perde tempo tentando impressionar;
6. Boa vontade.
Existe paciência e o efetivo empenho da mútua compreensão;
7. Formalização.
A demanda por termos formais, envolvendo não apenas as questões da confidencialidade, mas protocolos intermediários que antecedam a documentação ou o acordo definitivo;
Em um cenário de stress máximo, é só o que será considerado (já na presença de advogados constituídos, naturalmente);
8. Detalhes.
O esclarecimento e a atenção aos detalhes, sem nenhum constrangimento em expor eventuais desconhecimentos;
9. O empenho com as dúvidas e questionamentos da outra parte.
A dedicação em esclarecer dúvidas, por mais simples e aparentemente insignificantes que possam parecer;
10. Disciplina.
A disciplina em cumprir com os passos prometidos ao longo do processo de negociação;
Isso envolve: envio de minutas contratuais, modelos esquemáticos explicativos; exposições estruturadas; e-mails elucidativos e telefonemas.
11. Solavancos.
A ausência de mudanças bruscas e conceituais, não demandadas ou negociadas;
12. Coerência.
A coerência mantida ao longo do processo, mantendo os vínculos com as bases da negociação, seus parâmetros e modelos;
13. Tomadores de decisão.
A presença e participação direta dos principais tomadores de decisão;
14. A razão sempre presente.
A manutenção da racionalidade e a contenção de demonstrações essencialmente emocionais;
15. Cordialidade.
O bom trato, ao longo de todo o processo, mesmo nos momentos mais estressantes;
16. Senso ético.
O rigor e o cuidado para que todas as tratativas e proposições naveguem sempre dentro da margem da legalidade, evitando movimentos suspeitos ou irregulares.
Garantindo a eficiência no processo.
1Tempo delimitado.
Qualquer interlocução precisa contar com tempo para iniciar e se encerrar;
2. Parâmetros e objetividade.
Ao receber uma exposição que nitidamente não conta com dados e posições objetivas e específicas, conduza a conversa para que tais parâmetros sejam expostos o mais breve possível;
3. Preparação.
Antes de participar de uma reunião, presencial ou não, prepare-se. Reúna as informações das quais dispões e liste tudo o que precisa saber;
4. Questões essenciais.
Diante de projetos e situações mais complexas, tente sempre obter respostas para as algumas questões.
O que será feito?
Quem fará?
De que forma será feito?
Qual é o prazo considerado?
Quanto custará?
Como será o processo de aprovação?
Existe um estudo de viabilidade?
Quais são os piores riscos possíveis?
Qual é a probabilidade real de ocorrência dos riscos?
Quais seriam as medidas de gestão dos riscos envolvidos?
5. Reuniões longas.
Evite reuniões cujo período ultrapasse uma hora e meia;
6. Esgote o assunto antes de se deslocar para uma reunião.
Antes de agendar ou de firmar compromissos com novas reuniões, tente explorar o assunto ao máximo utilizando o e-mail, e breves ligações telefônicas;
7. Registros.
Mantenha um registro de todas as conversas importantes que estabelecer;
8. Ouça.
Escute tudo sem interromper, para em seguida despejar o seu arsenal de perguntas;
9. Conduza com simplicidade.
Reestruture as conversas que tragam novas denominações técnicas que na verdade rebatizam outras expressões com as quais você já estava familiarizado;
Atue para simplificar ao máximo o entendimento.
Boa sorte, tenha sempre o máximo cuidado ao avaliar com quem está negociando, e até o próximo.
Por: Gustavo Chierighini, fundador da Plataforma Brasil Editorial
Plataforma Brasil, uma butique especializada em projetos de investimentos e estruturações estratégicas.