Acordos estratégico-operacionais não são para amadores

Por: Gustavo Chierighini, fundador da Plataforma Brasil Editorial

Caro empreendedor, você sabe muito sobre o quanto é difícil crescer sozinho, assim como não é fácil encontrar sócios qualificados, e ainda mais complicado, atrair colaboradores comprometidos e engajados (mas se o foco são colaboradores dispostos a trabalhar em ambiente meritocrático legítimo, então a busca pode ficar ainda mais difícil, uma vez que são disputados a tapa).

Diante deste cenário, um caminho natural para o crescimento é a estruturação de parcerias de cunho estratégico. Com elas, pode-se construir um panorama não apenas de atração comercial, mas garantir a absorção de novos conhecimentos, práticas, métodos e até mesmo o agregado de marca. Contudo se a condução do processo não respeitar alguns preceitos e cuidados, estas parcerias podem se caracterizar como uma dor de cabeça de longa duração.

Vejamos:

1.Antes de estabelecer uma parceria, tente conter o ímpeto, e estabeleça claramente (para você mesmo) por que motivo está procurando um aliado estratégico;

2.Não inicie nenhuma relação dessa natureza sem um contrato. Ele não pode ser genérico, e deve estabelecer claramente o conjunto das responsabilidades de cada parte, assim como os limites e parâmetros em cima dos quais a parceria será constituída;

3. Antes de avançar em uma negociação dessas, tente entender qual é o nível de proximidade das culturas organizacionais entre as duas empresas. Culturas muito distintas podem resultar em problemas sérios, além de muita perda de tempo;

4. Se a parceria for tecnológica ou de compartilhamento de métodos e conhecimento, trate de efetivar uma cuidadosa análise de aderência. Se a aderência for grande, trate de estabelecer normas claras para proteger as propriedades intelectuais das duas partes;

5. Ao formalizar uma parceria estratégica, estabeleça mecanismos que protejam a independência das duas empresas, de forma a minimizar prejuízos em caso de distrato.

6. Uma vez constituída a parceria, tratem de atuar dentro de um roteiro estabelecido pelos dois lados. Com planejamento evita-se conflitos e decepções de performance;

7. Não admita uma parceria estratégica que coloque em risco a rota do plano de negócios. Principalmente se o seu negócio é uma empresa investida por um venture capital ou assemelhados investidores de equity.

8. Se a parceria a ser formada envolve investimentos comuns, avalie não apenas a questão econômico-financeira e os resultados esperados, mas a arquitetura jurídica adequada para garantir a devida proteção dos ativos adquiridos.

9. Não cometa o erro de imaginar ingenuamente que os conflitos não ocorrerão. Eles são inevitáveis, e por isso desenvolva mecanismos e métodos para lidar com estas eventualidades não programadas. Paciência, objetividade e bom senso ajudam imensamente.

Boa sorte, e até o próximo.

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