INOVAÇÃO NÃO NASCE EM ÁRVORE

INOVAÇÃO NÃO NASCE EM ÁRVORE

Notícias publicadas pela imprensa dão conta de que o Brasil está em 62º lugar no IGI /Índice Global de Inovação, num estudo feito em 131 países, sendo que sua pontuação caiu 6% no últimos 12 meses.

Para um país desse tamanho e com tantas necessidades de crescimento e desenvolvimento, não se pode dizer que seja um bom resultado, pelo contrário, ainda mais levando em conta sermos a 9ª economia do mundo (já fomos a 6ª) e que estamos atrás de todos os demais do BRICS.

Existe o mantra de que somos um país de empreendedores, criativos e exemplo em iniciativa, mas se pode concluir que somos melhores de discursos e auto elogios do que de realizações.

Lideram o ranking países de economia sólida, que investem de fato em educação e pesquisa. E pela primeira vez aparecem dois países asiáticos entre os 10 primeiros.

A análise dos itens que compõe esse índice nos mostra que o Brasil peca em educação (leitura, matemática, ciências…), em infra-estrutura governamental e créditos que deem acesso a pesquisas e crescimento da produtividade. Faltam ainda políticas públicas de médio e longo prazo, talvez porque o país venha reduzindo a disponibilidade de recursos para tecnologia e estudos inovadores, e reduziu, ainda mais em 2020, o valor dos recursos alocados para esse fim em 87%!

Causa e consequência. De nada vale falarmos que temos de inovar se nos falta a matéria prima, que são pessoas com formação adequada, estrutura e recursos públicos, para que as empresas possam se valer dessa infra e também investirem seu quinhão em inovação, que sabemos são recursos muitas vezes altos, pois falamos aqui de pilotos e tentativas, antes da implementação de resultados comprovados, ou seja, é um risco a médio e longo prazo.

Não nos enganemos com apenas discursos políticos ou empresariais de que “podemos e devemos”. O mais importante é ter a garantia de que o país passe a olhar para esses fatos, se quiser minimamente acompanhar o que mundo faz, que é investirem políticas públicas que permitam à iniciativa pública e privada acreditarem no caminho da inovação, pois é dele que virá a produtividade.

Ou isso, ou seguiremos sendo o “pais do futuro”, que ainda vive no passado e não consegue olhar para a realidade mundial dos negócios.

Inovação e produtividade não nasce em árvore e nem brota de discursos. Ou o país assume seu papel nesse quesito, ou seguiremos despencando no ranking da inovação e consequentemente da economia.

Paulo Ancona Lopez

ANCONA CONSULTORIA EMPRESARIAL